plural

PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli


E o futuro?
Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário

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Últimos dias de 2020! E que ano! Na verdade, desde de 2017 estamos vivendo uma sucessão de sobressaltos, de instabilidades, de incertezas, enfim, de anos estranhos. Mas este 2020, superou todas as projeções possíveis. Nestes últimos anos ocorreram mudanças profundas que marcarão, não tenho dúvidas, este período. Nosso tempo será lembrado como um divisor de águas. E nós estamos aqui, sendo testemunhas e protagonistas da história.

 O que virá depois? Não sei. As previsões estão cada vez mais fora de moda e estamos errando quase todas. Quem poderia imaginar que, aberta a caixa de pandora com um Impeachment ilegal e sem crime de responsabilidade, impulsionado pela elite política e econômica irresponsável de sempre, veríamos a extrema direita disputar e, além disso, ganhar as eleições em 2018? Quem poderia imaginar que o então deputado federal, folclórico por falar bobagens e absurdos, seria alçado à Presidência da República, sem ter sido nem mesmo prefeito de cidade de interior? Pois é... de 2017 para cá, a coisa só piorou!

CAOS POLÍTICO

Nestes últimos dias de 2020, fico a me perguntar quando foi, exatamente, que parte do povo brasileiro resolveu, escancaradamente, assumir o fascismo, a violência, o preconceito, a ignorância, o negacionismo de forma tão explícita? Vejam que depois das eleições de 2018, iniciamos um 2019 colecionando absurdos em questões humanas e ambientais, sem falar nas questões econômicas. E quando, enfim, pedíamos que acabasse 2019... veio 2020! E, não bastasse o caos político, econômico e humano que se instaurou no Brasil, tivemos, com o ano novo, o novo coronavírus a invadir este país continental, habitado por uma parcela cega da população, apoiadora deste lunático, ignorante que, diante da morte de quase 200 mil brasileiros, continua tentando se eximir de sua responsabilidade.

FELIZ 2021

O irresponsável Jair Bolsonaro, nos últimos dias de 2020, parece querer coroar todo o escárnio com o Brasil, ao minimizar a ânsia de todos pela vacina, e ao dizer que as indústrias farmacêuticas é que devem estar interessadas em vender a vacina. Para eles, essas devem correr atrás deste mercado. Assim, Bolsonaro transformando a tragédia da Covid-19 em mercadoria.

Nesta última semana, o que chamam de presidente da República chegou a debochar e duvidar da tortura sofrida durante a ditadura militar pela ex-presidente Dilma Rousseff. Nada mais abjeto, mesquinho, desumano, que isso ter saído da boca de um chefe de Estado. O que desejar para 2021? O que desejar para o futuro? Que tomemos vergonha na cara e expulsemos essa corja da Presidência da República! Feliz 2021 de luta!


Senado! Cumpra sua função
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário

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Sempre fui otimista, especialmente em se tratando do Brasil. Sendo um País rico em absolutamente tudo, sempre achei que iríamos encontrar o rumo e, virar uma potência seria questão de tempo. Porém, acho que subestimei aquela brincadeira de quando Deus fez o Brasil e teria dito: "esperem para ver o povinho que vou colocar lá".

Quando estourou a "operação lava-jato" e começaram a ser presos pessoas poderosas, pensei, sinceramente, "agora vai".

Um Presidente patriota, apaixonado pelo Brasil e honesto, mais uma vez me deixou eufórico. Ainda, o Presidente eleito, ao nomear seu ministério cumpre sua promessa e nomeia técnicos, sem aceitar nenhuma nomeação política ou intervenção de partidos políticos.

Sem ter maioria no Congresso, parecia que considerando o massivo apoio popular iriam respeitar o espírito democrático e unir-se em um esforço único para tocar as reformas que o Brasil precisa, mas ao que tudo indica senadores e deputados apenas aprovaram a reforma da previdência enquanto estavam ainda atônitos em razão da estrondosa vitória de um Presidente representante dos valores da direita conservadora e com temor do sólido apoio popular que não só elegeu o Presidente, mas mantinha-se fiel e unido.

OPOSIÇÃO DERROTADA

Passado o susto, o stabelichment mostrou sua força. Congresso acostumado ser comprado por verbas espúrias começou a sabotar o Governo e emperrar as pautas de interesse do País. Imprensa acostumada com verbas governamentais em governos anteriores, uniu-se não por um País e sim contra um Presidente que cortou o veio destas verbas.

Oposição derrotada encontrou no STF apoio para impor suas agendas na via judicial, sendo que tem se assistido uma escalada de intervenção do Judiciário na competência do Executivo e ainda temos que escutar do atual Presidente do STF que "o Judiciário é demandado e não pode se negar a julgar", quando qualquer acadêmico de direito sabe que não tendo fundamento jurídico a ação proposta, basta ser a inicial indeferida de plano.

O Senado, único que pode parar o STF, como boa parte dos senadores responde a processos, em clara posição de troca de favores com a Suprema Corte, cruzou os braços e simplesmente deixa que o País passe a ser "governado" por 11 ministros que nunca receberam qualquer voto.

Restam apenas duas instituições para lutar em favor de um Brasil forte: "Povo Patriota e Conservador" e "Forças Armadas" e estas precisam de uma nova "marcha da família com Deus pela liberdade". Ou o Senado cumpre sua função constitucional e para o STF ou não restará outra alternativa.


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